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terça-feira, 11 de maio de 2010

Não há barreiras que o ser humano não possa transpor


Em um dos meus artigos, especificamente aquele intitulado “A difícil rotina de estudar sem um Edital”, me deparei com o seguinte comentário de uma querida leitora:

“Bem, se serve de "consolo", passo pelo mesmo problema mas com um plus: tenho déficit de atenção (TDA/H). Uma parte do meu cérebro quer muito, e a outra não consegue executar! É exatamente aquilo que vc disse, você tenta, tenta e tenta estudar, mas parece que algo te impede... Só que esses dias são a regra pra mim, raro é o dia em que consigo ótima concentração e aproveitamento. Cada um tem desafios pessoais a serem superados!

O importante é manter o foco na perseverança e não nos problemas! Força na peruca!!!”.

A Raquel, logo depois, fez um excelente artigo sobre esse problema que não é incurável e é possível de se contornar. Longe de minimizá-lo, por favor! A dificuldade que essas pessoas passam para estudar está claramente exposto no relato dessa leitora. E em virtude disto, aprecio e respeito, muito mais, esses indivíduos que mesmo com tais empecilhos continuam na luta concursídica.

Agora imagine uma pessoa que ficou cega e surda aos 18 meses de vida, um ano e seis meses somente de existência. Poderia pensar, leitor, que tal cidadã infelizmente ficou fadada a uma cama, condenada a viver pouquíssimo tempo e não marcar a sua existência nesta vida.

Engana-se.

A pessoa acima mencionada é nada mais, nada menos que Helen Adam Keller. Vejamos um pouco o que a Internet tem a dizer sobre a sua vida:

“Nascida no Alabama, foi dos maiores exemplos de que as deficiências sensoriais não são obstáculos para se obter sucesso. Helen Keller foi uma extraordinária mulher, triplamente deficiente, que ficou cega e surda, desde tenra idade, devido a uma doença diagnosticada na época como febre cerebral (hoje acredita-se que tenha sido escarlatina). Superou todos os obstáculos, tornando-se uma das mais notáveis personalidades do nosso século. Ela sentia as ondulações dos pássaros através dos cascos e galhos das árvores de algum parque onde ela passeava.

Tornou-se uma célebre escritora, filósofa e conferencista, uma personagem famosa pelo extenso trabalho que desenvolveu em favor das pessoas portadoras de deficiência. Anne Sullivan foi sua professora, companheira e protetora. A história do encontro entre as duas é contada na peça The Miracle Worker, de William Gibson, que virou o filme O Milagre de Anne Sullivan, em 1962, dirigido por Arthur Penn (em Portugal, O Milagre de Helen Keller)

Em 1904 graduou-se bacharel em filosofia pelo Radcliffe College, instituição que a agraciou com o prêmio Destaque a Aluno, no aniversário de cinquenta anos de sua formatura. Falava os idiomas francês, latim e alemão. Ao longo da vida foi agraciada com títulos e diplomas honorários de diversas instituições, como a universidade de Harvard e universidades da Escócia, Alemanha, Índia e África do Sul. Em 1952 foi nomeada Cavaleiro da Legião de Honra da França. Foi condecorada com a Ordem do Cruzeiro do Sul, no Brasil, com a do Tesouro Sagrado, no Japão, dentre outras. Foi membro honorário de várias sociedades científicas e organizações filantrópicas nos cinco continentes.

Em 1902 estreou na literatura publicando sua autobiografia A História da Minha Vida. Depois iniciou a carreira no jornalismo, escrevendo artigos no Ladies Home Journal. A partir de então não parou de escrever” (Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Helen_Keller).

Amigos, a vida desta mulher é a prova de que a capacidade do ser humano é ilimitada quando o assunto é SUPERAÇÃO!

Este texto, concurseiros, não é uma bronca, muito menos uma lição de vida somente a vocês! Não! É uma lição de vida para mim! Senti-me envergonhado em reclamar de minha situação após conhecer a vida dessa mulher espetacular, que nem ao menos podia dizer alguma palavra ou enxergar as flores, o pôr-do-sol ou o rosto de uma criança, como ela mesmo declarou quando lhe perguntaram o que gostaria de ver se Deus pudesse lhe dar a visão por cinco minutos, mas calou o mundo frente à sua condição debilitada e a sua sensacional habilidade para ensinar e a auxiliar os cegos da alma a enxergar: nós, “pobres perfeitos fisicamente”, porém espiritualmente deficientes.

Eu poderia falar muito mais da vida de Helen Keller, dizer que escreveu mais de dez livros, foi condecorada em muitos países, dedicou a sua vida inteira à luta para a melhoria da vida de cegos e cegos-surdos, mas quero me silenciar, e deixar que você, leitor, tenha curiosidade em buscar na Internet um pouco mais da vida desse ser humano que, mesmo depois de ter cerrado os olhos, continua vivo e, nas palavras de um senador americano, continuará imortal pelo simples fato de provar que “não há barreiras que o ser humano não possa transpor”.

Resumo da ópera - Após estar ciente da vida de Helen Keller, pude discernir a existência de dois Jerrys: o primeiro, reclamador, descontente com a sua condição de trabalhador e concurseiro, desejando sempre mais tempo para estudar, medrando o seu medo de não ter sucesso. O segundo, pedindo vênia para intitulá-lo Jerry Keller, feliz com aquilo que possui e com o que tem à mão para ir atrás da realização dos seus sonhos SEM TITUBEAR, como fez a estupenda Helen Adam Keller.

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