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quinta-feira, 1 de julho de 2010

Copa do Mundo e Concursos Públicos*



* Atendendo solicitação dos leitores do blog e considerando o contexto atual, estou republicando este post.

Qual a relação entre a Copa do Mundo e a preparação para concursos públicos? Faz sentido relacionar assuntos aparentemente tão diversos e antagônicos?

Pois bem, o primeiro aspecto fundamental consiste no fato de que, pessoalmente, analisando trajetória que vivenciei como candidato na busca da aprovação no concurso público, faz todo o sentido associar os referidos temas. Em 1998, em plena Copa da França, após o encerramento das aulas do último semestre da graduação, começava o processo de preparação. Assim, tinha que conciliar os jogos da Seleção Brasileira com a biblioteca.

Em 2002, também em plena Copa do Mundo, agora do Japão/Coréia do Sul, estava em vias de ocorrer a prova oral do concurso da Magistratura no qual fui aprovado, de modo que, mais uma vez, tinha que conciliar as partidas do Brasil com os estudos, o que era um pouco mais fácil, considerando o atípico horário dos jogos. Cabe esclarecer que nos concursos públicos da Magistratura, quando o candidato chega à prova oral, significa que já passou pela prova objetiva, pela prova dissertativa e pela prova de elaboração sentença, consistindo (a prova oral) na quarta etapa do certame. Isto é, já trilhou algum caminho e se encontra num momento bastante delicado e estratégico, com o qual não se pode brincar, exigindo muita dedicação e cuidado.

No entanto, apenas para que você não se assuste com o mencionado tempo decorrido entre o início da preparação (na copa de 1998 na França) e a prova oral na qual fui aprovado (Copa de 2002), o que corresponde a exatos quatro anos, esclareço que neste período obtive a aprovação em outros concursos, tendo exercido os cargos de Procurador de Estado e Advogado da União. Dessa maneira, ao longo do referido lapso temporal e do mencionado processo de preparação, pude experimentar algumas vitórias, não tendo ficado permanente por conta dos estudos.

Já em 2006, na Copa da Alemanha, tendo alcançado a carreira pública pretendida, e inclusive vitaliciado no cargo, tive a oportunidade de desfrutar da experiência de viver a Copa do Mundo na sua plenitude. Assistir os jogos da nossa Seleção sem preocupação, viver o clima festivo envolvido, desfrutar das comemorações participando dos eventos produzidos para que se pudesse aproveitar a alegria das vitórias com festas, shows, churrascos e festividades congêneres.

Enfim, o que não vivenciei em 1998 e 2002, como qualquer outro brasileiro que atribui um sentido cultural rico e especial à Copa do Mundo, pude experimentar de forma intensa em 2006. E mais, aprovado no concurso público e em pleno exercício do cargo almejado.

É bem verdade que a referida Copa poderia ter sido melhor se o Brasil não tivesse esbarrado na França e o nosso então quarteto mágico (Ronaldo, Ronaldinho, Kaká e Adriano) não houvesse promovido a frustração experimentada por todos nós. Também se não existissem os carrascos Zidane e Henry. Mas até onde foi, ao menos para um ex-candidato que vivia algo antes privado, valeu bastante!

Obviamente que tinha minhas pilhas de processos conclusos, o que gerava e gera alguns transtornos. Porém, nada comparado às restrições da vida de candidato.

E um outro detalhe ainda sobre Copas do Mundo. Em 1994, Copa dos Estados Unidos, quatro anos antes da Copa de 1998, estava vivenciado o processo do vestibular. Contudo, para meu alívio, o resultado da UnB foi divulgado no domingo da final. Dia em que, após o pênalti perdido por Roberto Baggio, o Brasil se tornava tetracampeão e eu ganhava um premio adicional com o resultado do vestibular. Dupla comemoração!

Considerando este relato, retratando as experiências de um candidato como qualquer outro, quais lições podem ser extraídas?

Primeiramente, saliento que não tenho dúvidas de que muitos, inclusive leitores deste texto, estão vivendo situações semelhantes. Seja a experimentada por mim em 1998, seja a vivenciada em 2002.

Mas o fundamental que tudo isto demonstra, de maneira real, efetiva, verdadeira e empírica, é que a preparação para o concurso público consiste num processo que precisa ser compreendido e vivenciado. As angústias e dificuldades são naturais e fazem parte da trajetória de qualquer candidato que hoje ocupa o cargo público pretendido. Basta ler os textos da pauta do Relato de Êxito.

Pode parecer simplório e até alta-ajuda para concursos – tema do qual não sou muito simpático, mas é inegável que a preparação se trata de um processo com começo, meio e fim.

Obviamente que, sendo um processo e ao mesmo tempo um empreendimento, ainda que de natureza cognitiva e intelectual, precisa ser planejado, executado e monitorada a execução. Ou seja, é preciso que o candidato aprenda não apenas a executar, mas a viver a implementação do seu plano de estudos. Inclusive, conforme tenho reiteradamente sustentado, procurando trabalhar o prazer em aprender no âmbito da preparação para o concurso público.

Se nesta Copa de 2010 você está no papel que estive em 1998 ou 2002, tenha a convicção de que, fazendo a sua parte de maneira adequada, contando com um planejamento da preparação bem estruturado e o executando de forma correta, na Copa de 2014 provavelmente estará em outro papel. Sairá da condição de torcedor-candidato, submetido a algumas limitações, e passará a ser um torcedor na sua plenitude, podendo vivenciar de maneira completa este rico momento que compartilhamos coletivamente a cada quatro anos.

Neste sentido, tenha a certeza de que os sacrifícios de hoje posteriormente serão recompensados. Não tenha dúvida disto. Uma preparação que conte com um plano de estudos corretamente estruturado, sendo executado adequadamente e contando com mecanismos de monitoramento e controle da sua execução, ou seja, adotando uma preparação de alto rendimento, terá como conseqüência lógica e natural a aprovação. Contudo, também é importante que saiba viver este processo, inclusive promovendo a gestão das condições emocionais.

Enfim, para aqueles que ainda estão na busca da aprovação no concurso pretendido, espero que na próxima Copa estejam vivendo a plenitude da condição de torcedor.

Sucesso aos candidatos e à Seleção Brasileira!!!

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